Hipersonia: quais são os sintomas, causas e tratamentos?

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Hipersonia: quais são os sintomas, causas e tratamentos?

Os distúrbios do sono têm se tornado cada vez mais prevalentes na sociedade moderna, afetando a qualidade de vida de milhões de pessoas. Enquanto a insônia é amplamente conhecida, há um distúrbio menos falado, mas igualmente impactante: a hipersonia. Nessa condição, os indivíduos enfrentam uma sonolência excessiva e irresistível durante o dia, mesmo após terem tido uma noite de sono aparentemente normal.

Apesar de parecer uma questão trivial, a hipersonia pode ter consequências significativas. Ela pode prejudicar o humor, a concentração e até mesmo a performance profissional e os relacionamentos pessoais. Além disso, aumenta o risco de acidentes, podendo causar um impacto negativo na autoestima e na qualidade de vida da pessoa afetada.

Neste artigo, vamos explorar o que é a hipersonia, seus sintomas e possíveis causas. Também abordaremos as diferenças entre hipersonia idiopática e secundária, além de destacar as diversas opções de tratamento disponíveis e intervenções médicas. Acompanhe para entender melhor esse distúrbio do sono e suas implicações. Vamos lá?

O que é hipersonia?

Hipersonia é um distúrbio do sono que se caracteriza por episódios diurnos de sonolência excessiva, mesmo após uma noite de sono prolongado e tranquilo. Pessoas que sofrem desse transtorno enfrentam dificuldades para se manterem acordadas durante o dia e podem adormecer em situações inusitadas, como dirigir e trabalhar.

Esses episódios de sonolência podem ser recorrentes e tendem a afetar mais os homens do que as mulheres. Geralmente, o primeiro episódio ocorre no início da adolescência ou na vida adulta inicial, com duração variável de algumas horas a poucas semanas. Embora possa ocorrer em qualquer idade, é menos comum após os 30 anos.

Embora a sonolência diurna possa ser uma reação natural do corpo a noites mal dormidas ou períodos de trabalho extenuantes, a sonolência excessiva diurna é uma condição neurológica rara, muitas vezes de causa desconhecida (idiopática), podendo ser classificada como primária ou secundária. 

Você conhece os sintomas da hipersonia?

O sintoma mais marcante da hipersonia é a sonolência excessiva durante o dia, que pode se estender a longos períodos de sono à noite. Um aspecto importante ligado à hipersonia é a “inércia do sono”, um estado fisiológico que ocorre na transição do sono para a vigília, quando a pessoa parece não ter acordado completamente. Os sintomas mais recorrentes  da hipersonia são:

  • Cansaço constante durante o dia, mesmo após uma boa noite de sono;
  • Dificuldade para acordar após longos períodos de sono.
  • Sensação de falta de energia;
  • Sonolência excessiva;
  • Desorientação ou falta de atenção e foco;
  • Fala lenta;
  • Dificuldade em pensar e tomar decisões;
  • Perda de concentração ou de memória;
  • Irritabilidade, inquietação e ansiedade.

Além disso, pessoas com hipersonia idiopática relatam que, mesmo tirando vários cochilos durante o dia durante as fases críticas do transtorno, não conseguem obter um sono reparador nem aliviar os sintomas desagradáveis da condição.

Quais são os tipos de hipersonia?

1- Hipersonia Idiopática

Em primeiro lugar, a causa exata da hipersonia idiopática, também conhecida como primária, ainda não é completamente compreendida. Estudos sugerem que pode estar relacionada a desequilíbrios nas substâncias químicas do cérebro que controlam o sono e a vigília. Dentro dessa categoria, existem dois tipos distintos:

  • Hipersonia idiopática com sono prolongado, onde a pessoa dorme mais de 24 horas seguidas.
  • Hipersonia idiopática sem sono prolongado, caracterizada por dormir cerca de 10 horas consecutivas à noite, mas ainda sentir a necessidade de vários cochilos ao longo do dia para se sentir revigorada. Isso pode estar ligado a uma predisposição genética, como histórico familiar de hipersonia.

2- Hipersonia Secundária

Por outro lado, este tipo de hipersonia é causado por outros distúrbios ou condições médicas, como apneia do sono, doença de Parkinson, hipotireoidismo, deficiência de ferro ou depressão. Além disso, o uso de certos medicamentos, como ansiolíticos, antidepressivos e estabilizadores de humor, que podem causar sonolência excessiva como efeito colateral, também pode levar à hipersonia secundária.

Quais são os fatores de risco desse distúrbio?

A princípio, existem vários distúrbios subjacentes que podem aumentar o risco de desenvolver hipersonia. Alguns desses incluem:

  • Distúrbios do sono, como insônia, narcolepsia e apneia obstrutiva do sono;
  • Condições neurológicas, como esclerose múltipla;
  • Lesões cerebrais traumáticas;
  • Hipotireoidismo;
  • Obesidade;
  • Uso de medicamentos sedativos ou tranquilizantes;
  • Fatores genéticos específicos;
  • Trabalho em turnos;
  • Alcoolismo;
  • Depressão.

Além disso, a causa da hipersonia também pode ser genética e até decorrente dos efeitos colaterais de determinados medicamentos.

Como diagnosticar e tratar a hipersonia? 

Primeiramente, para diagnosticar a hipersonia, é essencial analisar o histórico de saúde pessoal e familiar do paciente, considerando os sintomas que ele apresenta há pelo menos três meses, com que frequência se manifestam e como impactam sua vida e relacionamentos. Exames de sangue e de imagem são necessários para identificar possíveis problemas de saúde relacionados. 

Além disso, o médico pode aplicar questionários, como a Escala de Sonolência de Epworth, para avaliar a sonolência diurna em adultos. Exames como a polissonografia e os testes de latência múltipla do sono são úteis para diferenciar a hipersonia de outras condições, conforme a Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono.

Já encontrar o tratamento certo pode ser um desafio, pois varia de acordo com as características individuais e as causas subjacentes do distúrbio. Por isso, é crucial buscar a orientação de um neurologista especializado em distúrbios do sono para garantir um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

Não há uma abordagem única para todos os casos de hipersonia. O tratamento pode envolver o uso de medicamentos, como estimulantes, anfetaminas e antidepressivos. 

É recomendável evitar álcool, manter horários regulares para dormir e acordar, evitar ficar acordado até tarde, limitar o uso de telas antes de dormir, evitar cafeína e estimulantes antes de dormir, e dormir em um ambiente confortável e tranquilo.

Por isso, se você tem experimentado sonolência excessiva durante o dia por mais de três meses, mesmo após períodos prolongados de sono, é essencial buscar ajuda médica. A hipersonia não apenas representa um risco para a saúde, mas também pode impactar negativamente sua vida social e capacidade cognitiva.

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