Você já teve a experiência de caminhar pela casa ou até mesmo falar durante o sono sem se dar conta? Esses são sintomas clássicos do sonambulismo, um distúrbio do sono que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.  Neste artigo, vamos explorar esse distúrbio do sono que desperta curiosidade e preocupação. 

Abordaremos desde a definição do sonambulismo até suas manifestações durante o sono, incluindo sintomas comuns e até realizar atividades complexas, tudo enquanto a pessoa está aparentemente dormindo profundamente. 

Vamos investigar as possíveis causas desse distúrbio, que vão desde fatores genéticos até estresse e privação do sono. Também vamos discutir se o sonambulismo tem uma incidência maior em certos grupos, como crianças ou pessoas com histórico familiar desse distúrbio. 

Além disso, exploraremos como o sonambulismo pode afetar a qualidade do sono, interrompendo o descanso reparador e potencialmente gerando riscos à segurança da pessoa afetada. Felizmente, existem opções de tratamento disponíveis, e discutiremos algumas delas, desde estratégias comportamentais até intervenções médicas, para ajudar a gerenciar e reduzir esses episódios.

Por fim, ofereceremos dicas práticas para aqueles que enfrentam o sonambulismo ou convivem com alguém que o enfrenta. Vamos mergulhar nessa jornada pelo mundo do sonambulismo e descobrir como lidar com esse desafio do sono de forma mais consciente e eficaz.

O que é sonambulismo?

O sonambulismo é um distúrbio do sono que se manifesta durante o estágio mais profundo do sono, conhecido como sono de ondas lentas, ou sono não-REM. Classificado como uma parassonia, esse transtorno é caracterizado pela realização de atividades motoras sem que a pessoa tenha plena consciência do que está fazendo. Isso ocorre porque parte das funções cerebrais permanece adormecida, mantendo o indivíduo em um estado de transição entre o sono e a vigília. 

Além disso, os sonâmbulos geralmente têm pouco ou nenhum conhecimento do que ocorreu durante a noite, experimentando amnésia total ou parcial em relação aos episódios de sonambulismo.

Por último, esses episódios geralmente ocorrem uma ou duas horas após a pessoa adormecer e podem durar de alguns segundos a meia hora. Eles costumam terminar quando o indivíduo acorda espontaneamente ou retorna para a cama para continuar dormindo. Embora o sonambulismo seja mais comum na infância, especialmente até os 12 ou 13 anos de idade, é importante destacar que adultos e idosos também podem ser afetados por esse distúrbio do sono.

Quais são os sintomas de Sonambulismo?

O sonambulismo é caracterizado principalmente pelo ato de andar dormindo, um comportamento que define claramente o transtorno. Durante os episódios, a pessoa pode realizar uma série de atividades motoras complexas, muitas vezes de forma automática e sem estar plenamente consciente. Estes incluem:

• Caminhar pela casa: Geralmente com os olhos abertos, mas com uma expressão vazia e sem foco.

• Realizar tarefas rotineiras: Arrumar as cobertas, abrir e fechar portas e janelas, ou até mesmo mudar de roupa.

• Falar sem coerência ou sentido lógico: Estado de semiconsciência.

• Levantar-se para comer: Geralmente sem acordar completamente, o que pode resultar em riscos, como cortes com facas durante a preparação de alimentos.

Embora seja menos comum, em alguns casos mais graves, o sonâmbulo pode sair de casa e até mesmo caminhar pelas ruas ou dirigir um carro. Independentemente da situação, ao acordar, a pessoa pode se sentir aturdida e desorientada por algum tempo, já que os episódios ocorrem durante fases profundas do sono. Além disso, é possível que o sonâmbulo reaja com agressividade durante esses momentos.

Quem pode ser afetado pelo sonambulismo?

O sonambulismo é mais comum em crianças do que em adultos, sendo mais provável em pessoas com histórico familiar do distúrbio. Estudos envolvendo gêmeos sugerem que fatores genéticos desempenham um papel significativo tanto na infância quanto na idade adulta, e cerca de 40% das pessoas com sonambulismo têm pelo menos dois parentes também afetados por esse distúrbio do sono.

O disturbio é mais frequente durante a idade escolar, com estimativas de que entre 15% a 40% das crianças de 5 a 12 anos tenham apresentado pelo menos um episódio de sonambulismo em suas vidas. No entanto, em adultos, a recorrência do sonambulismo pode estar relacionada a níveis elevados de estresse.

Quais as causas e os fatores de risco do sonambulismo?

A causa do sonambulismo ainda é um mistério não completamente desvendado. Em crianças, esse distúrbio pode estar relacionado ao processo de desenvolvimento cerebral e tende a desaparecer à medida que elas crescem, muitas vezes sem deixar consequências duradouras. Por outro lado, em adultos, os episódios de sonambulismo tendem a ser recorrentes ao longo dos anos e são frequentemente desencadeados por níveis elevados de estresse físico e emocional. Alguns exemplos de fatores desencadeantes são:

• Privação de sono;
• Pesadelos;
• Estresse;
• Enxaqueca;
• Trauma craniano;
• Febre;
• Ingestão de álcool;
• Bexiga cheia;
• Apneia do sono;
• Asma;
• Depressão.

Como é o tratamento de sonambulismo?

O sonambulismo é geralmente considerado um distúrbio benigno do sono que tende a desaparecer espontaneamente após a infância. O tratamento se torna necessário principalmente quando os episódios são frequentes e interferem na qualidade do sono do paciente ou de sua família, ou quando apresentam risco de acidentes ou constrangimento para o próprio paciente.

O primeiro passo no tratamento é adotar hábitos saudáveis de sono, como:

1) Manter horários regulares de dormir e acordar

2) Evitar atividades estimulantes antes de dormir

3) Realizar refeições leves antes de se deitar

4) Não ingerir líquidos em excesso antes de dormir

5) Esvaziar a bexiga antes de deitar-se

6) Controlar a temperatura do quarto para garantir um ambiente propício para o sono

7) Manter o quarto escuro e silencioso

8) Evitar o consumo de bebidas alcoólicas ou outras drogas

Técnicas de relaxamento, meditação, acupuntura e psicoterapia também podem ser úteis. Quando essas medidas não são suficientes, o médico pode considerar o uso de medicamentos que ajudam a combater estados de tensão e ansiedade, e que atuam sobre o padrão de sono.

Em casos associados a outras condições médicas, como apneia do sono, refluxo gastroesofágico ou febre, o tratamento adequado dessas condições pode ser fundamental. Por isso, é essencial que cada paciente consulte seu médico para uma avaliação personalizada e um tratamento direcionado às suas necessidades individuais.

Como proteger pessoas que sofrem de sonambulismo?

Durante os episódios de sonambulismo, os pacientes podem se levantar, caminhar, falar e até mesmo realizar atividades motoras durante o sono, sem lembrar-se disso após acordarem. Em casos raros, o distúrbio pode envolver comportamentos mais complexos, como sair de casa, dirigir ou urinar fora do banheiro.

Para garantir a segurança do sonâmbulo e evitar acidentes, é importante adotar algumas medidas preventivas, tais como:

– Evitar deixar copos de vidro ou objetos que possam machucar próximos à cama do sonâmbulo.

• Instalar grades ou telas de proteção nas janelas de casa.

• Trancar portas e guardar as chaves em um local seguro.

• Proteger o acesso às escadas para evitar quedas.

• Guardar facas, tesouras e objetos cortantes em locais seguros.

• Manter o chão livre de objetos que possam causar tropeços, como brinquedos, fios e tapetes.

• Instalar luzes acionadas por movimento para alertar outras pessoas da casa caso o sonâmbulo esteja perambulando.

Essas precauções simples podem ajudar a evitar acidentes e garantir a segurança do sonâmbulo durante os episódios de sonambulismo.

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